quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

E mais falcatrua no ES..

O Espírito Santo, de Santo, ultimamente, não está tendo é nada..


'Máfia dos Guinchos' financiava oficiais, afirma MPES
16/12/2008 - 18h30 (Rodrigo Rezende, Letícia Cardoso, Antonio Cezar Martins, Anny Giacomin - Da Redação Multimídia da Rede Gazeta)

Denúncia do Ministério Público Estadual mostra que as blitze realizadas pelo Batalhão de Polícia de Trânsito e Companhia de Polícia Rodoviária vão além de flagrar motoristas embriagados, carros com equipamentos danificados, condutores com documentação falsa ou vencida.

A arquitetura da Máfia dos Guinchos, destaca o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), consistia na apreensão do maior número de veículos.Por trás de tanto zelo com o trânsito e a população, salienta a denúncia, os acusados: tenente coronel Valdir Leopoldino da Silva Júnior, o major Altiere de Carlo da Silva Machado e o segundo tenente Eduardo Christo Torezani recebiam dos empresários do setor de guinchos e pátios para depósito de veículos cotas de dinheiro mensais, que eram entregues em espécie ou depositadas diretamente nas contas da da Associação de Servidores Policiais Militares do Batalhão de Polícia de Trânsito e Companhia de Polícia Rodoviária (Assetran/BPRv).

O valor, salienta as investigações, variava de acordo com o número de veículos apreendidos destinados aos pátios das empresas no respectivo período. Sem a 'doação', as empresas não receberiam mais os veículos apreendidos pelo BPRV. Em caso de inadimplência por parte dos empresários, Leopoldino, ameaçava descredenciá-los, fato que descaracteriza os repasses financeiros como mera doação voluntária.

Propina
Segundo a denúncia do Ministério Público, o esquema se enquadra em propina. Nas reuniões entre o tenente coronel e o empresariado, o militar usava o pretexto de que a 'máquina precisava andar' - expressão empregada habitualmente pelo comandante.

A suposta participação na Máfia dos Guinchos levou o Ministério Público a pedir o afastamento judicial provisório do tenente coronel Valdir Leopoldino, do major Altiere Machado e do segundo tenente Eduardo Torezani de suas funções na Polícia. Os suspeitos, que fazem parte do Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário de Vitória (BPRV), teriam recebido propina de empresas privadas que funcionam como depósito para carros guinchados.

Conta bancária
A Assessoria de Controle Interno do Ministério Público Estadual constatou em documentos que durante os anos 2006 e 2007 foi movimentada na conta da Assetran a quantia de R$ 3.839.532,49, sendo que deste volume de dinheiro, R$ 395.803,27, ou seja, 10,3% correspondiam às contribuições dos associados. Nas operações de fiscalização de trânsito são apreendidos até 300 veículos. Os proprietários de guinchos e pátios pagariam como propina de R$ 8,00a R$ 10,00 por carro apreendido.

De acordo com o Ministério Público, o diretor financeiro do BRPv Altiere de Carlo da Silva Machado, responsável por assinar os cheques da associação, tinha conhecimento das "doações" à Assetran (associação composta por policiais militares tanto do Batalhão de Trânsito quanto de outros batalhões da Polícia Militar do Estado).

Tenente confirma 'doações'
O tenente Eduardo Christo Torezani confirmou ao GETI o esquema organizado por Valdir Leopoldino. Como parte do esquema, ele era o encarregado de cobrar o pagamento às empresas. Esta atividade foi testemunhada pelo proprietário de depósito de veículos Eldomar Xavier, que já repassou 'doações' para Torezani.

Na denúncia, o comandante geral da PM ES cel Antônio Carlos Barbosa Coutinho, explica o motivo da apreensão de tantos veículos. No entanto, Torezani disse ao grupo de investigação orientado por Leopoldino que a prática de cobrança de 'doações' era legal e de conhecimento do coronel Coutinho.

Churrascos, bebidas e presentes
O dinheiro repassado em forma de supostas doações era creditado para a conta bancária da Associação de Servidores Policiais Militares do Batalhão de Polícia de Trânsito e Companhia de Polícia Rodoviária. Segundo a denúncia, consta no laudo contábil da associação despesas com churrascos entre oficiais, eventos de grande porte, compra de bebidas alcoólicas para passeios de oficiais e compra de presentes. Em depoimento prestado ao Grupo Especial de Trabalho Investigativo do Ministério Público Estadual (GETI), um ex-funcionário do pátio de apreensão veículos Antares revelou que a gerente operacional da empresa pagava R$ 10,00 por veículo apreendido diretamente ao tenente coronel Leopoldino.

Ele ainda disse ao GETI que uma vez a gerente atrasou o pagamento e Leopoldino passou a cobrar a propina por telefone. Neste período, o pátio da empresa não recebeu nenhum veículo. No entanto, no dia seguinte ao pagamento da 'dívida' a Antares recebeu 70 veículos. O ex-funcionário informou ao grupo de investigação que presenciou por várias vezes a gerente dirigir-se ao Batalhão de Trânsito levando valores que variavam de R$ 2 mil a R$ 3 mil para serem entregues ao tenente coronel.

Rodney Miranda - secretário estadual de Segurança Pública
"Algumas informações vem chegando para a gente, mas ainda não fui comunicado oficialmente"O secretário de Segurança, Rodney Miranda, se limitou a dizer que, por enquanto, nada poderia comentar sobre o suposto esquema envolvendo comandantes da PM e empresários do ramo de guinchos.

"Esse é um assunto que precisa ser melhor investigado antes de qualquer pronunciamento. Não acredito em um esquema desse tipo, mas, como eu disse, isso precisa ser melhor investigado. Por enquanto não tenho como comentar essas investigações"

Empresas negam pagamento de propina
As empresas supostamente envolvidas na Máfia do Guincho, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPES), alegaram desconhecer o esquema de corrupção e negaram ter dado doações para o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPRv).

Dos seis pátios citados no documento, a reportagem conseguiu falar com quatro. Todos negaram participação e se esquivaram da afirmação de serem obrigados a pagar a propina para receber carros apreendidos em blitze, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2007.

O dono do Centro Automotivo Reco, na Serra, Antônio José Reco, que foi ouvido e mencionado na denúncia, disse - visivelmente nervoso - que não sabia da máfia, mesmo depois do depoimento dado ao MP.

A proprietária do antigo pátio Antares - atual MR Guarda e Remoção de Veículos, em Cariacica -, Maria Meirelles Reco, também negou as propinas. No documento do MP, porém, um funcionário dela garante que os pagamentos eram feitos diretamente ao ex-comandante do BPRv Coronel Leopoldino.

As empresas Auto Socorro Mori e Martins, de Cachoeiro de Itapemirim e Dual Engenharia, na Serra; que também foram citadas, negaram qualquer envolvimento. As outras duas - E. Xavier Guardare, de Vila Velha e Pátio Vagalume, de Cachoeiro; os donos não foram encontrados para comentar o assunto.

3 comentários:

Kelcia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

é, a gente mora realmente no ESPÍRITO SANTO!!! uhauhauahauha
bjos, linda!

Katarine Rosalem disse...

Fazer o quê... espero que aqueles que, mesmo não sendo santos, possam nos ajudar - aqueles que pdem fazer realmente alguma coisa. Infelizmente, nossas "autoridades" estão envolvidas nessas falcatruas até o pescoço!!

*pior do que levar um furo, é ter a informação na mão e não fazer nada - tsctsc... azar o deles!!